É evidente que não podemos voltar ao mundo como era antes. Uma das mensagens mais fortes é que a nossa humanidade em comum necessita de solidariedade global. Não podemos aceitar os níveis de desigualdade que puderam surgir em nosso planeta compartilhado.

É particularmente importante que o mundo apoie os países em desenvolvimento com investimentos em infraestruturas de educação do século 21, isto é Educação 4.0; isso exigirá a mobilização de recursos e apoio dos países desenvolvidos. A magnitude desse desafio é claramente evidente no que diz respeito à exclusão digital de muitos paises, especialmente na África. Por exemplo, apenas 11% dos alunos na África Subsaariana têm um computador doméstico e apenas 18% têm Internet doméstica, em comparação com os 50% dos alunos em todo o mundo que têm computadores em casa e os 57% que têm acesso à Internet. Já percebemos que as interrupções provocadas pela pandemia estão exacerbando as desigualdades dentro e entre os países. Precisamos urgentemente de investimentos e mudanças estruturais para que retrocessos de curto prazo não se transformem em problemas maiores e duradouros.

Há um sério risco de que o COVID-19 acabe com várias décadas de progresso - principalmente o progresso que foi feito no combate à pobreza e à igualdade de gênero. Embora a pandemia demonstre que pertencemos a uma humanidade interconectada, os arranjos sociais e econômicos significam que os impactos do vírus são díspares e injustos. A discriminação de gênero significa que as realizações educacionais das meninas provavelmente sofrerão muito, com o risco de muitas delas não retornarem à escola após o COVID-19. Isso não é algo que devemos aceitar; devemos fazer tudo ao nosso alcance para evitá-lo. COVID-19 tem o potencial de remodelar radicalmente nosso mundo, mas não devemos sentar passivamente e observar o que acontece.

Ao mesmo tempo, as previsões sobre como será o futuro são quase sempre ambíguas e incertas, uma vez que só temos nossos cenários atuais para basear nossas projeções. Por exemplo, os escritores da década de 1950 haviam imaginado que o século 21 abrangeria uma enxurrada de maravilhas inspiradoras, como enxames de carros voadores, robôs conscientes e muito mais, junto com a colonização de planetas, provocada pela revolução meteórica do indústrias automobilística e aeronáutica. Definitivamente, esse futuro ainda não ganhou vida, no mundo de hoje; no entanto, o aumento surpreendente no uso da Internet e no consumo de smartphones que testemunhamos hoje era igualmente inconcebível na época. Da mesma forma, as previsões para o século 22 podem ser tão incrédulas e implausíveis agora, baseadas em tudo o que sabemos atualmente. Em vez disso, uma abordagem mais prática seria examinar de perto algumas das suposições e tendências estabelecidas na indústria que podem se desenvolver ao longo do século.